Embora todo mundo queira viver por muito tempo, quase ninguém quer ser “Velho”, uma vez que esse conceito está geralmente associado à fragilidade física, mentalidade estreita, incompetência e perda de atratividade. Estereótipos como esse perpetuam ideias errôneas e generalizadas que geralmente provocam danos.
É preciso acrescentar vida aos anos, e não apenas anos à vida. O envelhecimento normal faz parte do desenvolvimento humano e ocorre de maneira diferente para cada indivíduo, de acordo com fatores histórico-culturais; condições de vida; experiências pessoais e saúde física e mental.
O envelhecimento afeta o funcionamento físico e a saúde, às vezes levando a distúrbios e disfunções mais sérios. Contudo, pesquisas mostram que as mudanças fisiológicas na idade avançada são muito variáveis. Muitos dos declínios associados com o envelhecimento podem na verdade ser mais efeitos do que causas de doenças.
As mudanças no cérebro variam consideravelmente de uma pessoa para outra. Em pessoas idosas saudáveis normais, as mudanças geralmente são modestas e fazem pouca diferença no funcionamento. No entanto, em função da perda de células neurais, pode ocorrer um retardamento gradativo das respostas, capaz de afetar não apenas a coordenação física, mas também a cognição. O processamento de informação mais lento pode fazer com que pessoas mais velhas peçam para outros repetirem informações que foram apresentadas rápido demais ou sem a devida clareza. Por outro lado, ocorrem também mudanças adaptativas no cérebro, como o aumento do numero de sinapses e conexões que podem compensar outras perdas.
Algumas pessoas mais velhas sentem declínios nas funções sensoriais e psicomotoras que podem privá-las de atividades, vida social e independência. As perdas abrangem o sentido da visão, audição, gustação e olfato, além prejuízos na força, coordenação e tempo de reação.
O funcionamento sexual também diminui, embora o interesse por sexo, e especialmente os sentimentos românticos persistam. Existe uma rica diversidade de experiência sexual em boa parte dos indivíduos da terceira idade. As pessoas que tinham vidas sexuais ativas quando mais jovens provavelmente continuarão sexualmente ativas posteriormente na vida. Muitas vezes o único obstáculo para uma vida sexual gratificante para eles é a falta de um parceiro ou oportunidade de encontrá-lo. Desse modo, os profissionais envolvidos no cuidado devem levar em consideração as necessidades sexuais do idoso, e discutir com ele esse ponto de maneira prática. Por exemplo, propiciando oportunidades de socialização com outros homens e mulheres mais velhos, e respeitando a privacidade.
Nayanne Beckmann Bosaipo